quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

"If you're a bird, I'm a bird."



Sei esta cena do filme "The Notebook" praticamente de cor. Desde a primera vez (de muitas)que vi o filme que esta frase me ficou gravada no coração, porque resume bem o que nós tínhamos. Espantoso é que apesar de já estar gravada na memória há tanto tempo, ela só se fez ouvir no nosso penúltimo dia.
Estávamos tão distantes já, mas naquele nosso momento, naquele que rompeu o espaço e o tempo e fomos só eu e tu e alguma coisa superior que sempre nos uniu, aquelas palavras saíram-me da boca, colada à tua. Seguraste-me exactamente como no filme e eu senti que, se não fosse agora, a nossa vez de estarmos juntos teria lugar no futuro. E, como eu sempre desejei, seria para sempre.
Embora hoje eu saiba que, muito provavelmente, esse dia não chegará, naquele momento fizeste de mim a pessoa mais preenchida de amor que podia existir. Naquele intervalo de tempo, nada mais importou para nós. O mundo para lá daquelas árvores não existia e o tempo parou. Estávamos ali só nós e o que restava do nosso amor, na sua maior plenitude. Foi lindo.

Sempre tua, sempre meu.
Amo-te.
MJR

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

De volta à escrita com dores por todo o lado

Bem, após uma pausa na escrita aqui no blog (foi o Natal, não pensem que tive uma completa falta de vontade de pôr as coisas cá pra fora! Ou então não.)
Cotinuando, esta semana fui arrastada para o ginásio, em nome da boa forma física, pela minha querida mana Joana e pelo Alex.
2ª feira - ABS (foi mau; há tanto tmpo! :S)
3ª feira - Top Ride, ABS (FOI MUUUUITO MAU!) Naquela aula (Top Ride) tive não só de suportar dores nas pernas e uma desapontante falta de resistência física da minha parte, como também uma falta de resistência psicológica avassaladora. Exercício físico intenso somado a um reviver do passado e de lembranças idiotas não faz bem a ninguém! Então não é que tive de aguentar 45 minutos da minha vida a sofrer fisicamente e a olhar para um bando de pseudo-ciclistas?? Juro que me irrita! É que há ali alguns que vão todos a rigor mas é só para fazer vista -- sobretudo homens!. Nem sabem o que é um vislumbre de ser ciclista! Eu sei, feliz ou infelizmente. E por isso é que me resumo à minha insignificância, aguento a dor no cuzinho e pedalo dentro das minhas capacidades. É por respeito a quem (nem sequer) merece respeito!


Conclusão: dores em sítios muito estranhos e recônditos e também nos abdominais, o que resulta numa total impossibilidade de tossir o espirrar como deve ser. Não esquecer da dor emocional --' .

Anyways...
MJR

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

4 anos não são 4 dias

Se eu dissesse que a minha vida me foi arrancada provavelmente não acreditariam. Se eu dissesse que tenho quatro anos, ao olharem para mim não acreditariam.
E agora já nem isso. Metade da minha vida foi-me tirada. Segundo a Matemática, diriam que agora tenho dois anos. Não tenho. Não tenho nada. Porque metade da minha vida não são anos, é uma pessoa.
Não vivi dias, meses ou anos; vivi sorrisos, olhares, conversas, beijos e os melhores abraços do mundo. Vivi silêncios bons. Tudo isso junto são quatro anos e mais uma vida. Tudo o que sou, tudo o que me fiz, não me fiz, fizeram-me, tornaram-me. Vivi tudo para e com essa pessoa.
E agora? E agora? E agora nada. Provavelmente dirme-iam que a ressurreição existe. Não neste caso. Nunca mais a minha vida, aquela vida, vai voltar. Não vai voltar nem vai continuar. Acabou. Aquela vida foi viver com outra. Aquela não, nem uma parecida, porque aquela era, é e vai continuar a ser a minha vida durante muito tempo. Resta a metade de cá, que nem sequer é sem a metade de lá.
Começo então, pouco convencida, uma só para mim, inteira. E então eu vivo num silêncio. Mas este é mau, destrói e apaga. Apaga-me a mim, nunca a memória daquela vida. Da minha vida.
E ao passarem por mim, se me olharem apressadamente não dirão que ainda sou um bebé de dois meses. Mas se, ao passarem por mim, me olharem atentamente, dentro dos olhos, perceberão que morri há pouco tempo.